Ceratocone
Ceratocone é uma distrofia corneana, progressiva, não inflamatória, caracterizada por alterações na organização e estrutura do colágeno corneano. A baixa rigidez do colágeno presente nos pacientes com Ceratocone permite que a córnea sofra abaulamento e afinamento progressivos, levando ao desenvolvimento de astigmatismo irregular e baixa visão. Essa ectasia pode ocorrer na parte central, paracentral ou periférica.
A doença costuma iniciar em um olho para depois afetar o outro, em 95% dos casos é bilateral. O diagnóstico é feito na adolescência por volta dos 20 anos de idade. A freqüência na população em geral está em torno de 0,05% a 0,5%.
A etiologia do Ceratocone é provavelmente multifatorial. Existem teorias genéticas, biomecânicas e bioquímicas tentando explicar a causa. O trauma mecânico ao coçar os olhos e lentes de contato rígidas mal adaptadas, podem ser fatores desencadeantes em pacientes predispostos geneticamente.

Aspectos clínicos
Sintomas
Os sintomas variam conforme o estágio da doença. As queixas mais comuns são: redução da acuidade visual com óculos, visão flutuante, troca frequente de óculos, visão dupla, imagem fantasma, visão borrada ou distorcida e fotofobia.
Diagnóstico
No início o diagnóstico pode ser difícil, pois o exame biomicroscópico (na lâmpada de fenda) é praticamente normal. Muitas vezes, o oftalmologista diagnostica apenas o astigmatismo e miopia.
Nos casos iniciais somente a topografia ou a tomografia corneana podem fazer o diagnóstico. Esses exames também são fundamentais para acompanhamento da progressão da doença.

Tratamento
- Lentes de contato rígidas - quando os óculos não são suficientes para correção da visão, indicam-se lentes de contato (LC).
As LC representam a primeira opção para recuperação visual dos pacientes com ceratocone, pois simulam uma superfície regular. Elas melhoram a visão, mesmo nos graus mais avançados da doença, mas não evitam sua progressão.
Existem muitos desenhos e tipos de lentes para adaptação em Ceratocone. O modelo ideal vai depender do desenho do cone, estágio da doença e o teste com lentes de prova. - Anel intracorneano - são indicados para pacientes com Ceratocone que não atingem visão satisfatória com óculos e são intolerantes ao uso de lentes de contato rígidas.
Tem o objetivo de melhorar a qualidade da visão por regularizar a córnea, com a diminuição do astigmatismo e a curvatura corneana. São recomendados para alguns graus de ceratocone em córneas transparentes.
O anel, fabricado com acrílico, é implantado na periferia da córnea, através de uma microincisão (1mm), sob anestesia tópica e fica localizado no interior da córnea.
O procedimento dura cerca de 20 minutos, é indolor, e apresenta baixos índices de complicações. A técnica é reversível (podem ser removidos se produzirem algum efeito indesejado). Na maioria dos casos, é necessário readaptar LC ou utilizar óculos após o procedimento para corrigir o grau residual. - Crosslinking do colágeno corneano - é indicado para pacientes com Ceratocone que apresentam progressão documentada em exames seriados (topografia ou tomografia corneana).
O tratamento consiste em desepitelizar a córnea após anestesia tópica (colírio), instilar riboflavina (vitamina B2) e aplicar luz UV por 30 minutos. Tem por objetivo aumentar o número de ligações covalentes entra as fibras de colágeno para fortalecer e estabilizar a doença.
Essa técnica, realizada na Europa desde 2000, tem apresentado excelentes resultados e baixos riscos de complicações. É contra-indicada, em córneas com opacidades centrais e espessura corneana menor 400 micras. - Transplante de córnea - tem indicação em Ceratocones avançados ou em casos de cicatrizes, quando os outros métodos falharam na melhora da visão.
A finalidade do transplante é substituir a porção central da córnea doente por uma córnea sadia doadora. Existem duas técnicas principais:- Transplante de córnea penetrante (PK) - nesta técnica, realiza-se a substituição de toda espessura corneana. O tempo de recuperação varia de 5 a 12 meses. Alguns pacientes necessitaram de óculos ou lentes de contato para corrigir o grau residual.
- Transplante lamelar profundo (DALK) - técnica que remove apenas as camadas anteriores da córnea. Mais complexa, sendo realizada apenas por cirurgiões mais experientes. Representa uma boa opção quando a parte interna da córnea (endotélio) está saudável. A técnica mais utilizada é chamada de “Big Bubble” (grande bolha), pois ar é injetado na córnea para facilitar a separação entre as camadas superficiais e profundas.
As vantagens em relação ao transplante penetrante são: maior sobrevida do transplante, menor tempo de recuperação e menor risco de infecção e rejeição.
A doutora Flávia Sotolani é especialista em Ceratocone. Realizou sua especialização no Instituto de Oftalmologia Tadeu Cvintal-IOTC e no Banco de Olhos de Sorocaba-BOS, serviços mundialmente reconhecidos por sua excelência e alta tecnologia.
A Doutora Flávia Sotolani, apresenta grande experiência no tratamento do Ceratocone, realizando com excelência, todas as modalidades de tratamento atualmente preconizadas.
Dra. Flávia Sotolani
Oftalmologista | CRM 6861
Graduada em Medicina pela UNIDERP em 2011, a Dra. Flávia Sotolani fez residência médica e especialização em Oftalmologia no Instituto Oftalmológico Tadeu Cvintal, IOTC, na cidade de São Paulo com término em 2015.
Participante ativa de inúmeros procedimentos e cirurgias, também é responsável por publicações bibliográficas de destaque.
Veja o Currículo Completo da Dra. Flávia Sotolani